Fonte: Jornal DCI – 17.07.2009
SÃO PAULO – Por falta de empreendimentos o próximo leilão de energia de reserva, que este ano será para eólica, não corre o risco de ser mal sucedido. Ontem, o governo federal anunciou que há 441 projetos inscritos na disputa, que será realizada em 25 de novembro e que soma 13.341 MW de potência em 11 estados brasileiros. Esses números foram divulgados pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, que se mostrou surpreso pelo amplo interesse no certame. Se todos os projetos fossem colocados em prática poderiam chegar a até R$ 66,5 bi em investimentos, considerando o custo médio R$ 5 milhões por MWh para implementação, segundo estimativa de valores do presidente da EDP – Energias Renováveis, Miguel Setas, empresa que tem 230 MW inscritos no leilão.
A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) não divulga quais empresas estão cadastradas. Apesar disso, empresas já se mostraram interessadas no leilão, como a Eletrosul que participará com 270 MW. Além dela, há ainda a Cemig e até a Petrobras que informaram analisar a participação.
Com esses mais de 13 mil MW de potência cadastrados, o Brasil se mostra como um dos mercados mais interessantes para investimentos do setor elétrico. No leilão A-3 são mais de 14 mil MW para o certame que ocorre em 27 de agosto – para operação em 2012 – e acontecerá ainda o que mais chama a atenção do mercado livre, a licitação para definir quem ficará com o direito de construir e explorar a usina de Belo Monte que terá mais de 11 mil MW de capacidade instalada – ainda não existe uma data definitiva para a disputa, que deverá ocorrer entre setembro e outubro – e investimento total que poderá chegar a R$ 30 bilhões.
Apesar do primeiro leilão de eólica, Raimundo Batista, diretor da Enecel Energia, de Belo Horizonte (MG), afirma que a maior atração é mesmo a hidroelétrica que será levantada no rio Xingu (PA). "Essa usina irá impactar no ponto mais importante, a tarifa, pois pode ser uma energia mais barata até mesmo que as usinas do Madeira", defendeu ele.
A expectativa para Belo Monte é que apenas três consórcios sejam formados para disputar essa usina. Dentre as interessadas e que negociam equipamentos com a Alstom, estão a Cemig, Neoenergia, CPFL, as subsidiárias da Eletrobrás e a Tractebel, da GDF-Suez, que lidera o consórcio que levou Jirau no ano passado.
Estatização
Na opinião do economista e coordenador do Grupo de Estudos do Setor de Energia Elétrica (Gesel) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Nivalde de Castro, esse cenário do setor elétrico é o reflexo da importância do Estado na economia em épocas de crise. Segundo ele, a manutenção dos investimentos no mundo, principalmente em países emergentes como o Brasil e a China, depende da ação dos governantes para o crescimento.
No Brasil, esse papel tem sido do Banco Econômico de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que semana passada fez um balanço da atuação no primeiro semestre. Somente para o setor elétrico, o banco de fomento aumentou os desembolsos em 192% comparado ao mesmo período de 2008. Nos seis primeiros meses de 2009, a instituição autorizou R$ 11 bilhões para financiar a expansão do sistema elétrico brasileiro. Grande parte desse valor refere-se às usinas do Complexo do Madeira, Santo Antônio e Jirau, que foram leiloadas em 2008. Por esse motivo, Castro acredita que no segundo semestre o balanço do BNDES será sensivelmente menor.
Apesar do otimismo com o setor elétrico para o segundo semestre, Batista expressa sua preocupação com o preço da energia elétrica para os contratos no mercado livre. "Vai tentar fechar contratos de três anos a partir de 2010 para ver o preço que consegue, está muito alto e as pessoas do setor acreditam que o valor não cairá", disse ele que critica o leilão de eólicas. "Esse é um erro do setor elétrico, essa fonte de energia é cara e vai aumentar a tarifa, é a contramão do que o setor deseja", argumentou ele, que apontou outro assunto de importância para o setor no segundo semestre, a questão das concessões que vencem a partir de 2014. Para ele, a indústria teria a energia mais competitiva do mundo se o mercado livre tivesse esse insumo que será descontratado.
O governo anunciou ontem que o leilão de energia de reserva – que nesse ano será exclusivo para eólicas – tem 441 projetos cadastrados e soma mais de 13 mil MW de capacidade. Esse volume de empreendimentos deixou surpreso o governo, pois se todos fossem colocados em prática demandaria cerca de R$ 66,5 bilhões se adotado o valor de R$ 5 milhões por MW instalado, segundo estimativa do presidente da EDP – Energias Renováveis, Miguel Setas. A empresa participará com 230 MW no leilão. Outra que fará frente é a Eletrosul, com 270 MW.
Anteriormente, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) já havia divulgado que no leilão A-3 – que será realizado no dia 27 de agosto e cujos empreendimentos entrarão em operação em 2012 – há mais 14 mil MW cadastrados.
Esses dois somam-se ao que é apontado como a "joia da coroa" de 2009 no setor elétrico, a usina de Belo Monte, no rio Xingu (PA), que terá mais de 11 mil MW de potência instalada e deverá custar R$ 30 bilhões e que desperta o interesse de grandes empresas como Cemig, CPFL, Neoenergia, Tractebel e as subsidiárias da Eletrobrás. Com todas essas licitações previstas, o setor elétrico brasileiro se mostra um dos mais atraentes para os investidores de porte, tanto nacionais quanto internacionais. Uma prova disto é que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no balanço que fez do primeiro semestre de 2009, registrou aumento de 192% nas autorizações de desembolsos, R$ 11 bilhões ao setor. Mas apesar deste ser o primeiro leilão de energia eólica, Raimundo Batista, diretor da Enecel Energia, de Belo Horizonte (MG), afirma que a maior atração é mesmo a hidroelétrica que será levantada no rio Xingu (PA). "Essa usina irá impactar no ponto mais importante, a tarifa, pois pode ser uma energia mais barata até mesmo que as usinas do Madeira".
Na opinião do economista e coordenador do Grupo de Estudos do Setor de Energia Elétrica da UFRJ, Nivalde de Castro, esse cenário do setor é o reflexo da importância do Estado na economia em épocas de crise. Segundo ele, a manutenção dos aportes no mundo, principalmente em países emergentes como o Brasil e a China, depende da ação dos governantes para o crescimento.
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